Encontre no blog

Loading

Não deixe de conferir

2leep.com

Deixe sua opinião sobre o blog

Pesquise

Visitas

Páginas visualizadas

Departamentos

Adolf Hitler Aposentadoria Compulsória Aristoteles Arthur Schopenhauer Artigos Avisos Biografia Bolsas de Estudo Café Filosófico Capitalismo Casamento Gay Censura Cessare Beccaria Charles S. Peirce CNJ Conciliador Concurso Público Congressos Controle de Constitucionalidade Cotas Criminologia Cursos Dexter Dicionários Direito Alternativo Direito Civil Direito Constitucional Direito do Consumidor Direito do Trabalho Direito Penal Direito Processual Civil Direito Processual do Trabalho Direitos Autorais Direitos da Personalidade Direitos Humanos Discurso Dos delitos e das penas DPU Drogas Edward Palmer Thompson Eliana Calmon Enquetes Ensaios Ensino Jurídico Entrevistas Eros Grau Estágio Etica à Nicômaco Eventos Exame de Ordem Facape Fies Filme Filosofia do Direito Frans Kafka Habeas Corpus Hans Kelsen Hermenêutica Histórias Humor Idiomas Indenização Informações Internet Interpretação Joaquim Gomes Canotilho Juan Arias Julgamentos Jurisprudência Justiça Justiça Federal Lei Ficha Limpa Leitura Livro Loucura Luis Alberto Warat Luís Roberto Barroso Maria Berenice Dias Material Migalhas Ministério Público Monografia MPPE Música Nascituro Nietzsche Notícia O processo OAB Occupy Wall Street PEC Pesquisas Pessoas PGE-PE Pietro Dellova Pirataria PL Pode Legislativo Poder Constituinte Poder Executivo Poder Judiciário Política Pontes de Miranda Positivismo Jurídico Preconceito Programa Criminologia de Garagem Programa Iluminuras Programa Roda Viva Progrma Vida Inteligente Quinto Constitucional Redes Sociais Religião Resenha Retórica Revistas Saber Direito Segurança Pública Seleção Selo OAB Recomenda Senhores e Caçadores Separação dos Poderes Serviço Público Sites Slavoj Zizek Sociologia Jurídica STF STJ Teoria Geral do Direito Teoria Geral do Estado The Serbian Film TV TV Justiça Ulisses Guimarães UNEB Vídeos Viviane Mosé Vocação Voluntáriado Winston Churchill
Tecnologia do Blogger.

Jusnews

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PostHeaderIcon Discurso de Promulgação da Constituição de 88

Assista e leia trechos do discurso que o então Deputado Ulysses Guimarães proferiu por ocasião da promulgação da Constituição Federal de 1988.


"Sras. e Srs. Constituintes; minhas senhoras e meus senhores: Estatuto do Homem, da Liberdade, da Democracia. Dois de fevereiro de 1987: “Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar.” São palavras constantes do discurso de posse como Presidente da Assembléia Nacional Constituinte. Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou."
A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos poderes, mudou restaurando a Federação, mudou quando quer mudar o homem em cidadão, e só é cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa. Num país de 30.401.000 analfabetos, afrontosos 25% da população, cabe advertir: a cidadania começa com o alfabeto.
"A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério."

"Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. Amaldiçoamos a tirania onde quer que ela desgrace homens e nações, principalmente na América Latina."

"Foi de audácia inovadora a arquitetura da Constituinte, recusando anteprojeto forâneo ou de elaboração interna. O enorme esforço é dimensionado pelas 61.020 emendas, além de 122 emendas populares, algumas com mais de 1 milhão de assinaturas, que foram apresentadas, publicadas, distribuídas, relatadas e votadas, no longo trajeto das subcomissões à redação final. A participação foi também pela presença, pois diariamente cerca de 10 mil postulantes franquearam, livremente, as 11 entradas do enorme complexo arquitetônico do Parlamento, na procura dos gabinetes, comissões, galeria e salões. Há, portanto, representativo e oxigenado sopro de gente, de rua, de praça, de favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinheiros, de menores carentes, de índios, de posseiros, de empresários, de estudantes, de aposentados, de servidores civis e militares, atestando a contemporaneidade e autenticidade social do texto que ora passa a vigorar. Como o caramujo, guardará para sempre o bramido das ondas de sofrimento, esperança e reivindicações de onde proveio."

"Nós, os legisladores, ampliamos nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência, a inépcia. Soma-se à nossa atividade ordinária, bastante dilatada, a edição de 56 leis complementares e 314 ordinárias. Não esqueçamos que, na ausência de lei complementar, os cidadãos poderão ter o provimento suplementar pelo mandado de injunção."

"Tem significado de diagnóstico a Constituição ter alargado o exercício da democracia, em participativa além de representativa. É o clarim da soberania popular e direta, tocando no umbral da Constituição, para ordenar o avanço no campo das necessidades sociais. O povo passou a ter a iniciativa de leis. Mais do que isso, o povo é o superlegislador, habilitado a rejeitar, p e l o   re f e re n d o,  p ro j e t o s   a p rova d o s pelo Parlamento. A vida pública brasileira será também fiscalizada pelos cidadãos. Do Presidente da República ao Prefeito, do Senador ao Vereador. A moral é o cerne da Pátria. 
A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública.
"Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita, seria irreformável. Ela própria, com humildade e realismo, admite ser emendada, até por maioria mais acessível, dentro de 5 anos. Não é a Constituição perfeita, mas
será útil, pioneira, desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos. Ela vai caminhar e abri-los. Será redentor o caminho que penetrar nos bolsões sujos, escuros e ignorados da miséria."

"A sociedade sempre acaba vencendo,mesmo ante a inércia ou antagonismo do Estado. O Estado era Tordesilhas. Rebelada, a sociedade empurrou as fronteiras do Brasil, criando uma das maiores geografias do Universo. O Estado, encarnado na metrópole, resignara-se ante a invasão holandesa no Nordeste. A sociedade restaurou nossa integridade territorial com a insurreição nativa de Tabocas e Guararapes, sob a liderança de André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e João Fernandes Vieira, que cunhou a frase da preeminência da sociedade sobre o Estado: “Desobedecer a El-Rei, para servir a El-Rei”. O Estado capitulou na entrega do Acre, a sociedade retomou-o com as foices, os machados e os punhos de Plácido de Castro e dos seus seringueiros. O Estado autoritário prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilela, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram. Foi a sociedade, mobilizada nos colossais comícios das Diretas-já, que, pela transição e pela mudança, derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar.A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: – Mudar para vencer! Muda, Brasil! Leia a íntegra do discurso AQUI.

0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar! Deixe suas impressões sobre o que acabou de ler, além de indicações de outros textos sobre o mesmo tema.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Aldeia